Maior uso de ar-condicionado no Brasil indica necessidade de aparelhos mais econômicos
As temperaturas médias mais quentes vão aumentar a compra de aparelhos de ar condicionado no Brasil e no mundo todo. Essa afirmação parece óbvia, mas aponta para um desafio urgente: fabricar produtos que consumam menos energia elétrica.
A tendência de maior uso de ar-condicionado é confirmada, por exemplo, pela Agência Internacional de Energia (AIE), que indica constante aumento da compra de aparelhos de refrigeração nos “países em desenvolvimento” – entre eles, o Brasil. A expectativa de crescimento nas vendas é de 3% ao ano, percentual que se eleva em períodos de aumento do poder aquisitivo do brasileiro.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o ar-condicionado foi responsável por 6,7% do consumo de energia no país em 2005 (considerando o consumo residencial e comercial). Em 2018, esse número pulou para 14%.
Quanto dá pra economizar com ar-condicionado mais eficiente?
Para a EPE, novos índices mínimos de eficiência energética para os aparelhos podem gerar economia de 136 mil gigawatts-hora (GWh) em 2030.
Para o Instituto Escolhas, que fez um estudo recente sobre a necessidade de se produzir sistemas de ar-condicionado mais eficientes, é possível evitar a emissão de 6,7 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera em 15 anos – isso, se forem ajustadas as exigências dos padrões brasileiros de eficiência energética. A medida equivale a retirar da frota brasileira 2,3 milhões de veículos a cada ano.
A energia economizada até 2035, segundo o Instituto Escolhas, representa 64% de todo o consumo residencial no ano de 2018.
O que é, afinal, um aparelho de ar condicionado mais eficiente?
Um aparelho com o melhor aproveitamento energético é aquele com a classificação “A” segundo os parâmetros do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Recentemente, em junho desse ano, o instituto aumentou as exigências para que os produtos recebam a classificação máxima.
No entanto, segundo indica o relatório do Instituto Escolhas, falta principalmente uma mudança na política industrial para os fabricantes instalados na Zona Franca de Manaus (ZFM), que produzem boa parte dos aparelhos de ar-condicionado vendidos no país.
O estudo do instituto aponta a necessidade de permitir que os fabricantes da ZFM importem componentes (principalmente compressores). Atualmente, os compressores importados são mais eficientes do que os nacionais. Mas a política industrial impede que as empresas da ZFM usem componentes que não sejam brasileiros.
Fonte: www.webarcondicionado.com.br