A História do Ar Condicionado
Falamos de ar-condicionado diariamente, mas você já parou para pensar em como tudo surgiu e o impacto do aparelho na sociedade? Nosso amigo tem bastante história e passou por uma constante evolução que influenciou não só a indústria, mas a sociedade como um todo.
Construímos uma linha do tempo com os principais marcos do ar-condicionado na história. Acompanhe!
O início
Foi em 1902 que Willis Carrier, um engenheiro de 25 anos formado pela Universidade de Cornell, nos EUA, inventou um processo mecânico para condicionar o ar. O controle do clima finalmente foi colocado em prática, na verdade, para resolver o problema de uma empresa de impressão em dias quentes de Nova York, onde foi feita a primeira instalação por Carrier.
Ele teorizou que poderia retirar a umidade da fábrica através de resfriamento do ar por dutos artificialmente resfriados. Esse mecanismo, que controlava a temperatura e umidade, foi o primeiro exemplo de condicionador de ar contínuo por processo mecânico. Desse modo, a indústria têxtil, que também tinha grande necessidade de controle ambiental, foi o primeiro grande mercado para o condicionador de ar.
Porém, foi em 1906 que surgiu o termo “ar-condicionado”, com Stuart Cramer. O também norte-americano criou o seu próprio aparelho a fim de explorar formas de adicionar umidade ao ar em sua fábrica de tecidos, usando-o em um pedido de patente efetuado naquele ano. Carrier acabou adotando também o termo e incorporou-o no nome da sua empresa.
Os primeiros aparelhos de ar condicionado, assim como os frigoríficos, empregavam gases tóxicos ou inflamáveis como a amônia, o clorometano e o propano, o que poderia resultar em acidentes fatais se houvesse um vazamento.
1910 – Começo a longo prazo
A invenção demorou a se popularizar porque, em um primeiro momento, seus inventores ainda não tinham percebido o potencial daquelas máquinas de ar frio. A primeira aplicação residencial do ar-condicionado foi feita em uma mansão de Minneapolis, no ano de 1914.
No mesmo ano, Carrier instalou o primeiro condicionador de ar hospitalar, no Allegheny General Hospital de Pittsburgh. O sistema introduzia umidade extra em um berçário de partos prematuros, ajudando a reduzir a mortalidade causada pela desidratação.
Em 1919, o cinema Riviera, em Chicago, convidava os espectadores para sua “fábrica de congelamento”.
1920 – Ar-condicionado no cinema
Quatro anos depois, em 1923, uma loja de departamento em Detroit, nos EUA, instalou três condicionadores de ar que atraíram multidões de consumidores. Foi nesse período que o ar-condicionado começou a ser instalado em locais públicos.
O aparelho teve seu ápice no ano de 1922, no Grauman’s Metropolitan Theatre, em Los Angeles, e tornou-se uma peça fundamental para o crescimento da indústria cinematográfica, pois, nos meses de verão, a frequência dos cinemas caía muito, levando ao fechamento de várias salas.
Em Nova York, o cinema Tivoli, aberto desde 1921, ganhou em 1924 um ar-condicionado que o tornou famoso. As pessoas faziam fila na porta, mais para aproveitar o geladinho do cinema da Oitava Avenida do que para ver os filmes.
Os aparelhos também chegaram aos escritórios ainda nesse período. Foram climatizados a Câmara dos Deputados dos EUA, em 1928, e o Senado Americano, em 1929.
Além disso, no final da década, a Carrier já vendia um modelo caseiro, mas a Grande Depressão, período de recessão econômica, esfriou os negócios.
1930 – Desaceleramento no comércio
Aparelhos de ar condicionado foram instalados em escritórios executivos da Casa Branca em 1930, tornando mais agradável o trabalho no verão quente e úmido de Washington.
Ainda nos EUA, os vagões da ferrovia B&O foram os primeiros veículos de passageiros a possuírem condicionadores de ar, também no ano de 1930.
Nessa época, Willis Carrier desenvolveu um sistema que viabilizou o ar-condicionado em arranha céus. A distribuição do ar em alta velocidade através de dutos “Weathermaster”, criada em 1939, economizava mais espaço do que os sistemas utilizados na época. Nesse mesmo ano os sistemas HVAC apareceram nos automóveis; caros, enormes e relativamente ineficazes.
Apesar dessa evolução no setor, a crise na economia e a Segunda Guerra Mundial provocaram queda nas vendas do aparelho.
1940 – Volta ao “boom”
Somente depois desses conflitos o ar-condicionado doméstico começou a ser adotado em massa. Teatros, bares e escritórios passaram a ser planejados como ambientes fechados.
Na Flórida, nos EUA, hotéis foram erguidos inclusive com janelas pequenas, pé-direito baixo e condicionadores ligados na potência, revelando a adaptação dos lugares para receberem a tecnologia da climatização.
1950 – Popularização nas residências
A retomada do crescimento do setor levou ao desenvolvimento da primeira produção em série de unidades centrais de ar condicionado para residências, feita em 1952 pela Carrier. O estoque completo foi vendido em apenas duas semanas, tornando mais comum a utilização do aparelho nas residências.
Além disso, em 1957, o primeiro compressor rotativo foi introduzido, reduzindo o tamanho do aparelho e tornando-o mais leve e silencioso.
1960 – Mercado em expansão
Na década seguinte, o ar-condicionado já não era mais novidade. A partir disso, se inicia um mercado de amplitude mundial em constante expansão, com muito espaço para desenvolvimento tecnológico e novidades em produtos, que vai até os dias de hoje.
O custo dos aparelhos também foi ficando mais acessível, devido ao boom na década anterior.
1970 – Janela à vista
Os modelos janela começam a surgir no mercado ainda em uma estrutura simples, porém de grande valia para época, composta basicamente pela condensadora, bobinas e ventilador. Inicialmente eles usavam o fluido R-12, vulgarmente conhecido como Freon-12, para refrigerar o ambiente.
Em 1977, novas bombas de calor começam a operar com temperaturas exteriores mais baixas, permitindo a climatização no ciclo reverso.
1980 – Carros climatizados
Os beneficiados da vez são os automóveis, ou melhor, os motoristas e passageiros. É a partir da década de 80 que os sistemas de ar condicionado automotivo se tornam acessíveis, pequenos e banais; sendo facilmente instalados nos veículos e tirando o aparelho da lista de itens de luxo.
1990 – Consciência sustentável
Pesquisas confirmam os rumores de que o Freon, comumente utilizado até então, está ligado à destruição da camada de ozônio e ele passa a ser proibido em vários países. Apesar de o Protocolo de Montreal (que determina a redução de substâncias nocivas à camada) ser assinado em 1987, é na década de 90 que ações sustentáveis ganham forças no setor de climatização.
Marcas como a Honeywell e Carrier desenvolvem refrigerantes que são mais amigos do meio ambiente para serem utilizados nos modelos de ar-condicionado.
Anos 2000 – Split ganha o mundo
A tecnologia em constante evolução permitiu o desenvolvimento dos modelos Split, separando o ar-condicionado em unidade interna e externa e conquistando seu espaço principalmente nas residências. Em 2003, por exemplo, segundo dados da Abrava, 60% dos aparelhos residenciais no Brasil eram janela e 40% Split.
Em seguida, a tecnologia inverter também ganhou o gosto dos usuários, por oferecer pouca oscilação de energia e proporcionado economia nos gastos.
Agora que você conhece um pouco de como tudo começou e a trajetória do ar-condicionado, o que você aposta para os próximos anos?
Fonte: www.webarcondicionado.com.br